quinta-feira, 28 de julho de 2011

Esse tal de intestino preso...

Agora que ia começar a escrever esse post, me lembrei o que eu senti nos primeiros dias de vida da Alissa, aquela melancolia que surgiu, passada a euforia estonteante da chegada dela em nossas vidas. Eu chorava muito, mas por medo de não saber cuidar daquele serzinho tão pequeno e indefeso que dali pra frente dependia de mim pra tudo. Era um sentimento estranho, mas eu sabia que não era nenhum tipo de depressão pós parto, pois era por eu a querer demais que eu sofria, não conseguia sair de perto dela por nada, era o tempo todo em cima dela...
Os dias foram passando, e a Alissa foi crescendo...e eu fui crescendo e amadurecendo junto com ela. No começo achei que eu não fosse conseguir, mas aprendi no dia-a-dia a ser uma boa mãe. Não que eu nunca tenha errado, pois muitas vezes me senti culpada...por exemplo quando o umbigo dela machucou, eu chorei junto com ela ao invés de ajudar; quando ela sentiu cólicas eu sempre achava que foi por alguma coisa que eu havia comido; a minha falta de paciência quando ela ficava a madrugada toda acordada...e a última agora, o tal intestino preso...
Como já relatei aqui várias vezes...a Alissa tem intestino preso. Na última consulta à pediatra, a dra. pediu para começarmos com as papinhas salgadas. Ela explicou tudo certinho, que os legumes que nascem embaixo da terra, prendem, e os que nascem em cima da terra, soltam....que era pra eu cozinhar uma de cada, colocar um pedacinho de carne....depois tirar a carne e bater os legumes. Eu sempre soube que as papinhas são introduzidas na alimentação dos bebês a partir dos 6 meses, mas a ped. explicou que devido ao peso dela ia modificar a alimentação pra ver se mudava. Tá, lá vamos nós com essas papinhas. Fiz tudo certinho, e a Alissa comeu um pouco, algumas colheradas...tentei por 2 dias. Parei, pois já ia fazer 3 dias que ela estava com o intestino preso. Continuei com o suquinho de laranja lima, mamão e melão... e mesmo assim nada. Troquei a marca do leite, de NAN para Similac. No 5º dia, fui dar banho na pequena, e na hora de secá-la, vi que estava preso. Não quis mecher. Resolvi dar um suquinho com ameixa pra ver se soltava. Deixei ela dormir um pouco...ela não estava reclamando nem nada, mas eu não podia deixar.....Compramos um supositório de glicerina, e a vovó foi colocar. Gente, ela gritava tadinha..um choro de dor mesmo, não aguentei e só chorei tbm. O papai até brigou comigo, pq eu tinha que ajudá-la e não chorar tbm, e não tiro a razão dele. Fiquei tentando acalmá-la, e a madrinha ajudou tbm, pois tem experiência com essas coisas... Ela chorou muito, mas depois passou, a madrinha conseguiu tirar com a ajuda de um cotonete, pois a glicerina não parava. Judiação viu, tão pequena sofrendo daquele jeito, fiquei com muita dó. Aí passou, fui passear com ela pra distrair. Fomos visitar a priminha Letícia (tenho que postar uma fotinha dela)... a Alissa estranha os colos, mas no colo da Tia Nice ela chorou forte novamente, fui verificar a fralda, mais outra bolotinha dura. Acabei voltando na casa da minha mãe. E pra ter certeza que tinha acabado, colocamos a glicerina. E quem disse que ficou?! Saiu junto com outra bolotinha. Colocamos de novo....esperamos por 15 minutos, e nada. Sinal de que tinha acabado. Fiquei mais tranquila. Ela de tão cansadinha que ficou, acabou dormindo mais cedo, acho que era umas 19 horas. E como tínhamos um churrasco pra ir, resolvemos deixá-la dormir e ir rapidinho, pq também estava bem frio. Dissemos pra minha mãe ligar se ela chorasse, mas minha mãe não é de ficar ligando, pois já conhece a Alissa e suas manhas. Não deu nem uma hora que estávamos no churrasco, meu celular toca...a Alissa estava chorando novamente, e muito pior do que de tarde. Fomos voando pra casa... Chegando lá, a pobrezinha estava soluçando do tanto que chorou, mas a glicerina tinha feito efeito. Que dó...peguei ela no colo, dei um tetezinho, ela olhava pra mim com os olhinhos lacrimejando do tipo: mãe, porque você me deixou aqui?! Pois é, me arrependi e me culpei mais uma vez.
Sei que estas não serão as únicas vezes que me culparei, terão outras vezes...mas não que isso signifique que não a amo, que não quero o melhor pra ela....muito pelo contrário, o melhor que tenho de mim dou e faço por ela, mas errar é humano, e é errando que se aprende! Ser mãe é assim..!

Querendo tomar até o suco do papai no restaurante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário